sábado, 24 de dezembro de 2011

UM POEMA BEM NORDESTINO

ZÉ BARRAQUEIRO ( Poema retirado do meu 5º Livro NOVAS TENTATIVAS- Poemas e Canções )


Eu vou lhes contar uma história
Que vem lá do meu sertão
De um cabra valente
Que parecia Lampião
Tinha um tiro certeiro
Mais veloz era seu facão
Era o melhor vaqueiro
Daquela região
Tinha a fama de forrozeiro
Não ia pra festa dançar só
Avisava, logo, o sanfoneiro
Hoje, a latada, vai levantar pó
Também era biriteiro
A cachaça descia lisa pelo seu gogo
Muito raparigueiro
Mais enrolado do que cipó
Conheceu Mariazinha
Moça bonita e  prendada
Não sabia a coitadinha
Que tinha entrado numa roubada
O cabra era chifreiro
Se juntou, também, com sua cunhada
Ainda dava uma escapadinha
Só chegava de madrugada
O tempo, assim, foi passando
Nenhuma mulher agüentava
Esse cabra cheio de nó
Que queria ser o rei da cocada
Mas todo mundo sabe o fim
De cabra que não vale uma moeda furada
Em tudo queria ser o melhor
Terminou a vida sem nada.


MANUEL DA CRUZ RODRIGUES
Teresina, 06/12/2011


LAMPIÃO: Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, foi um grande cangaceiro do Nordeste. Assim, como existem os forasteiros justiceiros nos filmes de faroeste, existiam os cangaceiros no Nordeste do país no início do Século XX.
Lampião tornou-se cangaceiro para vingar a morte de seus pais praticada pelos policiais. Seus pais foram mortos na sua frente quando ele tinha apenas 8 anos de idade.
Por isso, seu grande objetivo era encontrar os assassinos de seus pais e lutar pelos direitos do povo injustiçado pelos grandes coronéis.

LATADA: Salão de dança no interior do Nordeste.




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